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Arquitetos: Alencar Arquitetura, JA8 Arquitetura Viva
- Área: 500000 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Leonardo Finotti
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Mátria Parque das Flores está localizado na serra gaúcha na pequena cidade de São Francisco de Paula, a área de implantação corresponde a 50 hectares de uma propriedade quase três vezes maior, formado por cerca de 30 jardins assinados pelo escritório JA8 Arquitetura viva, sendo o primeiro parque deste tipo no Brasil. Tendo em vista a natureza como protagonista, a arquitetura buscou contemplar a natureza, as edificações se tornaram complementares, como forma de celebração ao conjunto natural, desde a topografia aos jardins que compõe o parque como um todo, o território é suave, com leves subidas e descidas, quase imperceptíveis ao caminhar, mas que oferecem uma nova paisagem a cada metro que se caminha.
O concreto aparente foi o elemento principal em todas as edificações, através de diferentes texturas do piso ao teto, a materialidade se tornou tão importante quanto o desenho. O brutalismo fica evidente no concreto marcado pelas ripas de madeira, que emolduraram a concepção do mesmo, dispensando qualquer tipo de acabamento estético nas estruturas. As edificações, cada uma em sua funcionalidade, buscaram o papel de coadjuvante em meio à paisagem, e foi no encontro de cada curva que se criou a verdadeira poesia da arquitetura.
São 3 edificações que, juntas, constroem um caminho, criam uma história: Receber, apreciar e agradecer. O boulevard é o hall de entrada, responsável por criar o primeiro contato visual. A edificação em forma semicircular com grandes esquadrias dos dois lados, aberturas essas responsáveis por preencher de luz a edificação dando permeabilidade e proporcionando ventilação constante. O edifício integra-se à paisagem, ao mesmo tempo em que abraça o parque e é capaz de criar vistas para os vastos campos verdes opostos ao outro lado da rodovia.
O Restaurante do Lago é o ponto de apreciar, localizado no ponto central do parque uma estrutura côncavo-convexa, feita como uma peça de concreto enterrada na topografia, sendo sustentada por pilares cilíndricos soltos da borda, que assim como a natureza ao seu redor, está despido de acessórios e busca seu próprio espaço. A edificação é como uma grande montanha artificial criada pelo homem, encoberta pela vegetação e aberta em direção ao lago, sendo palco de apreciação ao pôr do sol.
O desenho rompeu a barreira do formal em uma altura em que não criasse quaisquer bloqueios visuais com o intuído de não competir com a natureza, seguindo as formas orgânicas e sinuosas da topografia. O passeio se completa no espaço espiritual, ponto mais alto do parque, o local busca a introspecção dos visitantes, não apenas contemplação, mas uma pausa e reflexão. Em seu centro o desenho de uma borboleta simboliza a origem do Mátria, forma preenchida por flores que atraem as borboletas, protegida por brises em dois planos semicirculares, os quais criam uma pequena abertura convidativa aos visitantes, ao mesmo tempo se mescla ao entorno, tornando-se um ponto de referência para o parque, além de criar uma experiência sensorial e visual.